20120311

Sobre o amor e programas de milhagem






Há quem não acredite em uma relação à distância. Não sei se por medo. Por falta de confiança no outro. Por falta de confiança em si mesmo. Talvez seja preguiça de passar horas no aeroporto, horas no telefone ou horas simplesmente esperando as horas passarem. Ou então não saiba lidar com a saudade, se incomoda com ela e prefere não senti-la por mais de uma semana. Quem sabe seja tradicional demais ou tenha necessidade demais de ter alguém ali todos os dias. Ou talvez só não goste dessa coisa mesmo.

Às vezes me perguntam, nessas conversas de mesa de bar, quando a gente tá mais pra lá do que pra cá, porque raios eu fui arrumar alguém tão longe, se a cidade tá cheia, a faculdade tá cheia e inclusive o bar tá cheio de gente pra encontrar e conhecer e gostar e namorar e casar e ser feliz sem maiores dificuldades.

Mas pra nossa sorte, o conceito de dificuldade é muito relativo. Pra mim, não é dificuldade nenhuma ir às 3 da manhã para o aeroporto, enfrentar as escalas e chegar parecendo um zumbi, se no final você vai estar no desembarque me esperando com os olhos brilhando. Eu não vejo dificuldade em esperar um mês inteiro para fazer aquilo que os casais de amigos fazem todos os dias, se quando você vem os nossos programas tem significados muito maiores e cada segundo tem um gosto mais que especial. Não é difícil superar a vontade de você, se nosso reencontro é repleto de beijos cheios de saudade e abraços daqueles que me tiram do chão.

Se isso for dificuldade, não me importo de continuar passando por elas todos os dias, até que se traduzam em vontade, esforço e união, para que a gente possa, num dia de semana qualquer, participar juntos de uma conversa na mesa do bar, dessas de quando a gente tá mais pra lá do que pra cá, e contar pra todo mundo que relação à distância dá sim muito certo.

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